O Sextou Amazônico de hoje está cheio de histórias para contar! O encantamento …


O Sextou Amazônico de hoje está cheio de histórias para contar!

O encantamento pelos botos atravessa gerações na Amazônia. Os relatos orais com histórias desses animais viraram livros artesanais feitos por participantes de cursos da ONG Vaga Lume. O projeto estimula crianças e jovens de diversas regiões amazônicas a ouvir as pessoas mais velhas da família e criar suas ilustrações e textos.

“O Boto do Camarapi”, por exemplo, foi criado a partir do conto oral de Dona Lindalva, da comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Portel (PA), e conta a versão mais conhecida da lenda: a do boto que se transforma em humano para namorar com as mulheres.

O livro “O Boto e o Pirarucu do Laguinho”, narrado por Zuleide Viana dos Santos aos jovens Nayra Cunha de Figueiredo e Fabrício Guerreiro, do quilombo Boa Vista, em Oriximiná (PA), apresenta duas mulheres que avistam um boto e um pirarucu enamorados e ninguém consegue pescá-los.

Há ainda “A História do Chapéu do Boto”, da comunidade de Cantão, em Pacaraima, em Roraima; “O Mistério do Boto”, de Barcelos, no Amazonas; “A Bisavó e o Boto”, da comunidade São Benedito, em Breves, no Pará; “A Cortadora de Sova e o Boto”, da comunidade Novo Horizonte, em Carauari, no Amazonas; “A História do Boto do Cachoeiri”, do Quilombo Aracuã, em Oriximiná, no Pará; “O Boto – Uma História Contada na Vila de Moura”, na Vila de Moura, em Barcelos, no Amazonas ; “O Boto”, das comunidades Assentamento João Batista, Boa Vista, Bacuri, Cupiúba e Quilombo São Pedro, em Castanhal, no Pará; “O Boto que Vira Homem”, da comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Tefé, no Amazonas; “O Encanto do Boto”, da Vila do Pesqueiro, em Soure, no Pará.

“Os livros artesanais fomentam a integração da comunidade, o imaginário coletivo e a importância das histórias que são passadas de geração em geração. Já vi muitas pessoas mais velhas emocionadas quando, no último dia, há a mediação de leitura do livro”, diz Priscila Fonseca, coordenadora de cultura local da Vaga Lume.

Em 22 anos, a ONG está presente em 22 municípios da Amazônia Legal e produziu mais de 300 livros artesanais. Foi vencedora, em 2022, do Prêmio Jabuti, na categoria fomento à leitura.



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