Um dia, em uma grande planície, um velho Lakota recebeu a visita de um jovem Com…
Um dia, em uma grande planície, um velho Lakota recebeu a visita de um jovem Comanche.
O menino viveu durante anos no mundo do homem branco, e conhecia seus usos, costumes e técnicas. Após as gentilezas, os dois se sentaram em um terraço de pedra com vista para o selvagem território de Lakota. O velho começou a descrever sua terra, até os mínimos detalhes.
O jovem começou a rir de qualquer coisa que o velho dissesse, e depois disse: “- Sei muito bem como é o seu território, não preciso de suas palavras. Você está atrasado, hoje existe isso!”, e mostrou-lhe um mapa com todo o território de Lakota.
“- Está vendo?” ele continuou, “- Eu sei onde estão seus rios, lagos, florestas, montanhas e escarpas; também sei a distância entre um lugar e outro. Eu sei até onde estão as cavernas de seus ancestrais”.
“- Você parece saber muitas coisas, jovem Comanche, mas não sabe onde estão os ninhos da águia de cabeça branca, não sabe onde o rio pode ser atravessado pelo cavalo, não sabe onde encontrar o sílex, não sabe em que caverna pode encontrar refúgio sem esbarrar em um urso agressivo, não sabe onde a floresta se torna uma armadilha densa, não conhece o território da grande manada de lobos e não sabe onde pode acender um fogo sem arriscar que as tribos hostis aos Lakota te vejam e tirem teu escalpo. Se você se machucar, não sabe onde nascem ervas e raízes para curá-lo, em caso de doença ou lesão. Você não sobreviveria nem dois dias com esse seu mapa; nem conseguiria encontrar uma flor, quando quisesse.
Seu mapa não é minha terra, jovem Comanche. Quando você realmente quiser saber algo sobre isso, pergunte a quem sempre viveu lá. Eu sou minha terra “.
O jovem levantou-se e riu ainda: “- Não acredito nas suas palavras. Este mapa é detalhado”.
O velho Lakota colocou a mão no ombro dele e respondeu calmamente: “- Não há ofensa para mim, em seus gestos e palavras. Somos de duas tribos diferentes e vivemos de maneira diferente, mas, desde que você veio a mim, nunca parei de abençoá-lo nem vou parar de fazê-lo só porque você acha que minha terra é um pedaço de papel estúpido. ➡️ continua nos comentários
Quando você deixa as ilusões do homem branco para acreditar que sabe tudo e entrar em contato com o Grande Espírito, não estaremos mais tão distantes um do outro e você rirá com gosto, entendendo quão tola foi sua reivindicação de conhecer minha terra sem pisar nela. Então, minha floresta , o rio, o lobo e o urso falarão com você, a águia o acompanhará, os abrigos te chamarão e minha terra não terá mais segredos para você.
Compartilhado de Lucia Helena Galvão – Poesia Filosófica @profluciahelenagalvao ♡
“Alessandro Frezza, o talentoso escritor italiano que escreveu o texto “O capitão e o menino”, que tem sido compartilhado para todo lado como parte do “Livro Vermelho” de Jung. Vejam que bela história, que bela distinção entre intelectualismo e sabedoria.”