As imagens das crianças Yanomami apontam para a existência de quadros de desnutr…


As imagens das crianças Yanomami apontam para a existência de quadros de desnutrição severa. São as imagens de costelas e ossos à mostra, recobertos apenas pela pele. O corpo já não tem mais gordura e começa a consumir suas próprias proteínas, como se estivesse se autocanibalizando. A pouca energia que consegue obter, usa para manter os órgãos principais, em especial o cérebro, funcionando. Este corpo, tão debilitado que passa o dia concentrado em sobreviver, não pode, sequer, ser alimentado normalmente depois de encontrar comida, ou corre o risco de se desequilibrar completamente.

Dados obtidos por SUMAÚMA apontam que o governo Bolsonaro diminuiu acompanhamento médico no território quando metade das crianças Yanomami estava desnutrida. Em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, ao menos 2.875 crianças Yanomami de até 5 anos (49% do total) tinham peso abaixo do esperado para a idade – sendo 1.601 delas com peso muito abaixo, a forma mais severa de desnutrição. Em 2019, 90% das crianças do território eram acompanhadas por médicos, e os dados de desnutrição foram os maiores já detectados desde 2015, quando o sistema atual de armazenamento de dados começou a ser usado. Diante deste nível de desnutrição, a ação óbvia seria investir em recuperação, prevenção e acompanhamento. O governo Bolsonaro fez o contrário. No ano seguinte, 2020, o número de crianças Yanomami acompanhadas passou a diminuir, revertendo a tendência dos anos anteriores. Em 2022, último ano de Bolsonaro, a proporção de crianças de até 5 anos acompanhadas caiu para 75%. Com isso, a taxa de desnutridos diminuiu nas estatísticas – 38% dos 5.861 Yanomami da faixa etária tinham baixo peso. É o que se chama de apagão estatístico: como não há acompanhamento, os números “melhoram”.

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Foto: Lalo Almeida/Folhapress

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