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No próximo domingo, 25, Jair Bolsonaro (PL) tentará dar uma demonstração de forç…


No próximo domingo, 25, Jair Bolsonaro (PL) tentará dar uma demonstração de força ao conclamar suas apoiadoras e apoiadores para um ato em São Paulo, maior cidade brasileira. Desde 8 de fevereiro, quando a operação da Polícia Federal Tempus Veritatis (Tempo da Verdade) começou a detalhar como o ex-presidente, alguns militares de alta patente e um grupo de civis planejaram um golpe de Estado para perpetuar o extremista de direita no poder, Bolsonaro sabe que, pela primeira vez na sua longa ficha corrida de impunidades, há grandes chances de ele ser preso pela Justiça Comum. Assim, apresenta-se como perseguido, vítima de arbítrio e aposta todas as suas fichas no ato na Avenida Paulista para mostrar que parte do Brasil ainda é dele. Mas muito mais do que o indivíduo Bolsonaro, o que estará em exibição será o tamanho e o vigor da base bolsonarista, que já está em disputa.

Bolsonaro compreendeu bem o papel que a Amazônia desempenha em um mundo em colapso climático. E compreendeu como manipular a insegurança de pessoas num momento em que o superaquecimento global provoca eventos extremos capazes de literalmente tirar o chão dos pés de uma população que já se sente desamparada por mudanças que não compreende. Apesar de espertamente “negar” a crise climática, Bolsonaro, assim como Donald Trump, se beneficia largamente da insegurança ampliada por um planeta em mutação.

Não por acaso seu principal projeto de poder, ao assumir a presidência em 2019, era converter as áreas públicas da Amazônia, grande parte delas de ocupação indígena, em terras privadas para a exploração – de minérios, de soja, de boi ou simplesmente para especulação imobiliária.

Agora que Bolsonaro se tornou inelegível por oito anos e possivelmente será preso, quem pode encarnar esse lugar e representar uma parte da população que experimentou o gosto de se sentir representada em suas inseguranças, medos e brutalidades e não está disposta a perder o conforto de se sentir legitimada?

Leia editorial escrito por Eliane Brum (@brumelianebrum) em sumauma.com ou no link da bio.

Fotos:Pedro Ladeira/Folhapress e Danilo Verpa/Folhapress



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