Nossa reportagem de estreia, no lançamento de SUMAÚMA, contava o genocídio vivid…


Nossa reportagem de estreia, no lançamento de SUMAÚMA, contava o genocídio vivido pelo povo Yanomami, cujo território foi invadido por milhares de garimpeiros ilegais. Contava a partir do ponto de vista das mulheres, as mais invisibilizadas.

O título, “Por que os garimpeiros comem as vaginas das mulheres Yanomami?”, denunciava o horror imposto pela omissão deliberada do governo Bolsonaro à população da maior terra indígena demarcada no Brasil, invadida por cerca de 20 mil mineradores ilegais, acusados de violar as mulheres e a floresta amazônica. A invasão garimpeira é um importante fator para explicar como 570 crianças de até 5 anos perderam a vida dentro do território por causas que poderiam ter sido evitadas por meio da assistênciamédica.

Abaixo, um trecho do texto da reportagem, premiada no 39º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, em dezembro. A íntegra está no link da bio.

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A mulher Yanomami conta que, há cinco meses, foi retirada grávida de sua aldeia e levada às pressas a um hospital da cidade. “Perdi meu filho na barriga. Ele nasceu morto no hospital.” Encolhe-se na cadeira. É o terceiro aborto seguido que sofreu nos últimos anos. Antes, teve dois filhos, que estão com 20 e com 9 anos. Abortos espontâneos, indesejados, são incomuns na vida de mulheres como ela. Ou eram.
É impossível saber a causa exata das mortes de seus filhos sem uma investigação. Mas o mercúrio usado no garimpo para separar o ouro das rochas pode levar à má-formação fetal e, como consequência, a um aborto. “O metal contamina os animais aquáticos e acaba ingerido pelas pessoas durante a alimentação. Depois, se distribui por todos os órgãos e tecidos do corpo”, explica Paulo Basta, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 



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