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Eles andavam sobre os escombros, buscando abrigo num cenário de destruição. As casas onde viviam já haviam sido demolidas, mas permaneciam o cheiro, a memória, alguma referência de lar. Centenas de gatos e cachorros passaram a vagar sem rumo na Terra Indígena Apyterewa, do povo Parakanã, no Pará. A região mais desmatada da Amazônia brasileira viveu entre outubro e dezembro do ano passado um longo e tenso processo de desintrusão para a retirada de invasores ilegais da Terra Indígena. E a saída completa dos fazendeiros ilegais deixou um saldo inesperado. Uma “exorbitante quantidade de cães e gatos abandonados”, segundo documento feito por profissionais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que agora faz uma campanha pela adoção deles.
Os fazendeiros tiveram autorização do Ibama para retirar o gado de fazendas ilegais até 31 de janeiro. Pelo forte interesse econômico, a maioria providenciou a retirada dos bois. Mas cachorros, gatos, porcos e galinhas ficaram totalmente perdidos e abandonados. O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, o Ibama e outros parceiros voluntários organizam agora uma campanha nacional, que pode ser acessada no site www.adoteapyterewa.com.br, para a adoção dos cães e dos gatos.
Ainda restam cerca de 10 mil bois para serem removidos da Terra Indígena, diagnóstico feito a partir de sobrevoo na segunda semana de fevereiro. Esses animais, maiores vítimas da ganância humana que destrói a floresta, costumam ir para o abate. Mas aos cães e gatos, pelo menos, é possível dar um novo lar. E um recomeço.
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Reportagem: Malu Delgado
Fotos: Ibama/Divulgação Operação Desintrusão Apyterewa, Reprodução