As aterradoras estatísticas oficiais, que dão conta de 570 crianças Yanomami mor…


As aterradoras estatísticas oficiais, que dão conta de 570 crianças Yanomami mortas, deveriam, mas não alcançam a tragédia humanitária vivida pela etnia e relatada pelas pessoas que habitam e trabalham no território. Os dados reais, segundo elas, são muito maiores. Muitas das mortes que ocorrem nas aldeias sequer são informadas aos serviços médicos.

Em algumas das regiões mais afetadas pelo garimpo, as equipes de saúde foram expulsas e não conseguem prestar atendimento ou contabilizar os mortos. Isso gera casos como o da região do Homoxi, onde o posto de saúde foi tomado pelos criminosos, virou depósito de combustível e foi incendiado pelos garimpeiros em dezembro, como forma de retaliação à uma operação da Polícia Federal em combate à atividade ilegal. Segundo as estatísticas, nenhuma criança está desnutrida ali, o que não corresponde à realidade. Como não há acompanhamento das equipes de saúde, também não há dados. As crianças que passam fome, adoecem e com frequência morrem foram também apagadas do sistema. O apagão estatístico é mais uma forma de promoção da morte.

O helicóptero usado para a remoção de doentes em áreas remotas, onde aeronaves maiores não chegam, ficou quebrado por 10 dias, entre 24 de dezembro e 4 de janeiro. Danificado, demorou a ser substituído. Neste período, segundo as lideranças e os profissionais ouvidos pela reportagem, ao menos 8 pessoas morreram – 4 na região do Surucucu e 4 entre os Sanöma. Nas estatísticas oficiais, porém, constam apenas 3 crianças mortas entre 24 e 27 de dezembro. Cinco mortes, portanto, estão em apagão estatístico.

Leia a reportagem completa de SUMAÚMA sobre o genocídio do povo Yanomami (link na bio).

Infográfico: Rodolfo Almeida.

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