A violência no Equador aumentou dramaticamente em 2023. Esse crescimento anda de…
A violência no Equador aumentou dramaticamente em 2023. Esse crescimento anda de mãos dadas com a presença de grupos do crime organizado no país, quadrilhas ligadas ao tráfico de drogas que expandiram seus “negócios” graças à mineração ilegal. Com isso, de 2020 para cá, eles não só conseguiram mais dinheiro, como legalizaram, por meio da lavagem, o lucro das atividades criminosas.
A mineração ilegal nessas localidades é acompanhada por tráfico de armas, explosivos, munições e pessoas. Afeta províncias amazônicas como Napo e Orellana, a menos de 300 quilômetros da capital, Quito — e não só pelo crescimento da violência e das ameaças, que obrigaram as comunidades a aceitarem a presença dos narcotraficantes, mas também por conta da poluição gerada pela mineração.
“Em termos de segurança, a província de Napo registra ações criminosas e atividades ilícitas de grupos do crime organizado que operam há anos (…). Eles tomaram nossa província, Sucumbíos e Orellana”, conta Sandra Rueda, deputada na Assembleia Nacional equatoriana pela província de Napo, que acompanha de perto a situação dessas comunidades.
É por isso que o decreto presidencial que instaurou um estado de emergência, assinado pelo presidente equatoriano Daniel Noboa em 8 de janeiro de 2024, se tornou um ponto de inflexão. Para enfrentar o crime organizado, membros das Forças Armadas e da Polícia Nacional saíram às ruas e entraram nas prisões, que são consideradas os postos de comando desses grupos.
De acordo com diversas pessoas consultadas para este artigo, há uma dívida histórica muito grande do Equador com a Amazônia, onde estão os campos de petróleo que sustentam o país.
Leia mais sobre a mineração ilegal na Amazônia equatoriana que financia narcotraficantes em sumauma.com ou no link da bio.
Reportagem: Carlos Cedeño e Verónica Intriago
Fotos: Rafael Rodriguez/Anadolu/AFP, Armando Prado/AFP, Gerardo Menoscal/AFP, José Jácome/EFE